Caos

Sem solução para o trânsito em frente às escolas

Em horários de embarque e desembarque, motoristas desrespeitam regras básicas e geram 15 minutos de caos

Foto: Carlos Queiroz - DP - Nos cruzamentos, para quem não tem a preferência é quase impossível passar

São apenas 15 minutos. Tempo suficiente para deixar qualquer motorista impaciente, pedestres temerosos e engenheiros de trânsito quebrando a cabeça. Anos passam e o cenário em frente às escolas com bastante fluxo de alunos não muda. Pelo contrário: aumenta na mesma proporção do perigo que os próprios estudantes correm ao tentar atravessar a rua. Impor mais regras até que adiantaria, mas não há como concorrer com pais multitarefas, lutando contra os ponteiros do relógio para cumprir com os compromissos. Isso inclui desrespeitar algumas regras de trânsito. A Secretaria de Trânsito e Transporte de Pelotas diz que agentes fazem rondas nos horários de entrada e saída. Mas no período em que a reportagem esteve em dois pontos da cidade, encontrou apenas um servidor próximo à Catedral.

Dentro desses mesmos 15 minutos é possível observar vários flagrantes: estacionar em local proibido, ao ponto de uma placa bem grande na porta da garagem ser totalmente ignorada; fazer fila dupla, ou tripla e não parar na faixa de pedestre. Na rua Gonçalves Chaves, entre Três de Maio e Gomes Carneiro, quando a sinalização é respeitada, surge outro problema: o engarrafamento que vai até a Dom Pedro II. Então começam as buzinas, que servem para chamar a atenção do motorista da frente, ou comunicar o passageiro que já chegou. Difícil definir, pois o uso da ferramenta sonora deve servir para os dois motivos. Quem olha de cima, vê um emaranhado de carros.

Mais próximo à avenida Bento Gonçalves, outra dor de cabeça para quem acessa o local entre 13h e 13h30min, pois para contornar à direita da via, na rua Padre Anchieta, onde há duas escolas, só exercendo a paciência. São dois locais de desembarque de alunos, em uma rua estreita que ainda cruza com a General Argolo, onde há mais uma entrada de estudantes. São pelo menos três quadras de carros. Quem está pelo canalete e quer seguir até a rua Félix da Cunha conta com a boa vontade de outros condutores que dão uma brecha para passar. Caso contrário, a solução é esperar até que os portões se fechem e o fluxo volte ao normal.

Pela rua 15 de Novembro, entre Senador Mendonça e Argolo, a solução para entrada das crianças foi montar um tipo de drive thru escolar, que permite o acesso dos carros para o embarque e desembarque. Mas a via, ainda em paralelepípedos, divide espaço com uma ciclofaixa, e claro, quem está com pressa não hesita em ocupar o lugar dos ciclistas, mesmo sabendo que está errado. O professor de uma das escolas, que prefere não se identificar, diz que o erro está na escolha da rua para ciclofaixa e não entende por que não seguiu pela rua Andrade Neves, como é em direção à zona norte da cidade. “Até dá para imaginar que seja o estacionamento rotativo. Mas a escolha pela rua 15 de Novembro para os ciclistas complicou muito o trânsito.”

Quem é motorista de vans escolares também se queixa dos 15 minutos de caos. O Tio Nico (como prefere ser chamado), por exemplo, precisa estacionar o veículo, conferir a entrada de cada um dos alunos, ver se estão bem acomodados para seguir seu destino. Mas nem sempre é assim. Mesmo com espaço exclusivo para esse tipo de transporte, o tempo está correndo e ele precisa cumprir horário. “O ideal seria proibir o estacionamento do outro lado (refere-se à rua Gonçalves Chaves, entre Gomes Carneiro e Três de Maio), para ganharmos mais espaço e não ter que concorrer com os veículos de passeio”, sugeriu.

O que diz a Prefeitura
O secretário de Transporte e Trânsito, Flávio Al Alam, explica que desde a volta às aulas das redes privada e pública os agentes de trânsito têm feito rondas em, no mínimo, três escolas por dia durante quatro horários distintos. São dois pela manhã e outros dois pela tarde, no período de entrada e saída dos alunos. As ações continuarão sendo realizadas ao longo de todo o ano.

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